ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA
DEBATER MEDIDAS A SEREM ADOTADAS COM VISTA À REMOÇÃO DA SEDE DO CTG VAQUEANOS
DA TRADIÇÃO – PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA,
EM 02-7-2009.
Aos dois dias do mês de julho do
ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Centro de Tradições Gaúchas Vaqueanos da
Tradição, na Avenida Padre Leopoldo Brentano, nº 1551, a Câmara Municipal de
Porto Alegre. Às dezenove horas, o Vereador Sebastião Melo assumiu a
presidência e declarou abertos os trabalhos da presente Audiência Pública, a qual
teve como Mestre de Cerimônia o Senhor José Luís Espíndola Lopes, destinada a
debater medidas a serem adotadas com vista à remoção da sede do CTG Vaqueanos
da Tradição, nos termos do Edital publicado no Diário Oficial de Porto Alegre
do dia dezoito de junho do corrente (Processo nº 0245/09). Compuseram a Mesa: o
Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o
Senhor Adão Zeno de Lima Gulart, Patrão do CTG Vaqueanos da Tradição; o Senhor
Oscar Fernande Gress, Presidente do Movimento de Tradições Gaúchas – MTG –; o
Senhor Vinícius Brum, da Secretaria da Cultura; os Vereadores Mauro Zacher,
Tarciso Flecha Negra, Nelcir Tessaro, Airto Ferronato e Bernardino Vendruscolo.
Ainda, durante os trabalhos, foram registradas as presenças, neste Plenário,
dos Vereadores Dr. Raul e Dr. Thiago Duarte e dos Senhores Carlos Rogério
Farias, representando o Gabinete do Deputado Estadual Cassiá Carpes; Francisco
Dornelles, Secretário Adjunto do Planejamento Municipal, e Sandro Luz,
representando a Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança
Local. A
seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da propositura da
presente Audiência Pública e das normas a serem observadas durante os
trabalhos, informando que, após os pronunciamentos dos Senhores Adão Zeno de Lima Gulart e Oscar Fernande Gress, seria concedida a palavra para manifestações de até dez representantes da
comunidade, pelo tempo de três minutos cada uma, e de Vereadores inscritos. Em continuidade,
foram iniciados
os debates acerca das medidas a serem
adotadas com vista à remoção da sede do CTG Vaqueanos da Tradição, tendo o Senhor Presidente
concedido a palavra aos Senhores Adão Zeno de
Lima Gulart e Oscar Fernande Gress, que se pronunciaram sobre o assunto.
Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos inscritos, que se pronunciaram
na seguinte ordem: o Senhor José Arnildo Mello; o Senhor Copinaré Acosta; o
Vereador Dr. Thiago Duarte; o Senhor Paulo Roberto Guimarães, Diretor de Comunicação
Social da 1ª Região da Cidade; o Vereador Dr. Raul; a Senhora Lorimar Almeida
Fiúza; o Vereador Mauro Zacher; o Senhor Francisco Lopes; o Vereador Tarciso
Flecha Negra; o Senhor Remo Elias Mello da Silveira; o Vereador Airto
Ferronato; o Senhor Edgar Belisário da Silva; o Senhor José Francisco
Dornelles; o Senhor Nairo Callegaro; o Senhor Vinícius Brum; a Senhora Márcia
Santos, representando o Conselho Tutelar de Porto Alegre, e o Vereador
Bernardino Vendruscolo. Após, o Senhor
Presidente concedeu a palavra, para as considerações finais acerca do tema em
debate, ao Senhor Adão Zeno de Lima Gulart. Ainda, o
Vereador Nelcir Tessaro, na presidência dos trabalhos, manifestou-se acerca do
assunto. Às vinte horas e trinta e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente Audiência
Pública. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e Nelcir
Tessaro e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir
Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola
Lopes): Audiência Pública com o objetivo de debater acerca das medidas a serem
adotadas com vistas à remoção da sede do CTG Vaqueanos da Tradição.
O Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
no uso de suas atribuições legais, comunica à comunidade porto-alegrense a
realização de Audiência Pública no dia 2 de julho de 2009, às 19 horas, no CTG
Vaqueanos da Tradição, localizado na Av. Padre Leopoldo Brentano, nº 1.551,
Vila Farrapos, com o objetivo de debater acerca das medidas a serem adotadas
com vistas à remoção da sede do CTG Vaqueanos da Tradição.
Convidamos para compor a Mesa desta Audiência o Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo; o
Patrão do CTG Vaqueanos da Tradição, Sr. Adão Zeno de Lima Gulart; o Sr.
Presidente do Movimento de Tradições Gaúchas, MTG, Oscar Fernande Gress; o Sr.
Ver. Mauro Zacher; o Sr. Ver. Tarciso Flecha Negra; o Sr. Ver. Nelcir Tessaro.
Registramos a presença do representante do Gabinete
do Deputado Estadual Cassiá Carpes, Sr. Carlos Rogério Farias e dos senhores
representantes de piquetes.
Convidamos ainda para compor a Mesa o Sr. Vinícius
Brum, da Secretaria da Cultura.
Com a palavra o Exmo Sr. Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A nossa
saudação aos participantes desta Audiência Pública. Nós recebemos do nosso
querido Patrão do CTG um documento solicitando que a Câmara Municipal fizesse
esta Audiência Pública. Esse documento foi protocolado na Presidência da Casa,
foi devidamente autuado e distribuído; após, nós marcamos a data em comum
acordo.
Alguns esclarecimentos iniciais. Primeiro, eu quero
saudar, de forma coletiva, os meus colegas Vereadores, o Ver. Tarciso, que faz
parte da nossa Mesa Diretora; o Ver. Nelcir Tessaro, que é o Secretário da Mesa
Diretora, e o nosso querido Ver. Mauro Zacher, Líder do PDT na Câmara Municipal.
Quero saudar o Patrão Zeno; o nosso Presidente do MTG, Oscar Gress, e o
representante da Secretaria da Cultura, Vinícius Brum.
Hoje à tarde, a Secretária de Governança Local
Clênia Maranhão, em nome do Sr. Prefeito Municipal, foi nos fazer uma vista à
Câmara Municipal para tratar de vários temas, mas um dos temas era este: que o
Sr. Prefeito pedia para transmitir a esta comunidade que a Prefeitura está
preocupada em encontrar uma boa solução. Inclusive, quero deixar como sugestão
- porque irei sair para uma outra reunião na Câmara, e Ver. Nelcir Tessaro irá
presidir esta Audiência Pública -, ou seja, que, talvez, o Ver. Tessaro pudesse
encaminhar uma reunião daqui a dez, quinze dias com a presença da Prefeitura e
do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Eu falei com o Presidente Duda, mas hoje
vocês sabem que é um dia especialíssimo para os gremistas, porque nós,
colorados, já estamos com a cabeça inchada. (Risos.) Então queremos a
solidariedade e o respeito de vocês. Não precisa ficar rindo.
Quero fazer alguns outros esclarecimentos. No ano
passado, entre tantas matérias que a Câmara Municipal enfrentou, no final do
ano, mais precisamente no dia 29 - não é, Ver. Mauro Zacher? -, a Câmara
começou à tarde e foi até a meia-noite votando dois Projetos da dupla Gre-Nal,
do Internacional e do Grêmio. Nós fizemos, lá no Internacional, mudanças
urbanísticas, transferindo para o Internacional toda aquela área que vai até à
Escola de Samba Imperadores, quem vai pela Av. Padre Cacique. E também fizemos
uma cedência, lá do outro lado, para que o Internacional possa construir uma
marina pública e outros equipamentos públicos assemelhados. Permitimos a venda
dos Eucaliptos, dando um índice maior para que pudesse construir mais e, com
isso, o Internacional ganhar, vender, apurar um valor maior para poder fazer a
cobertura do seu estádio, para poder receber a Copa do Mundo.
O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense nos pediu
algumas questões - negociadas com a Prefeitura e aprovadas pela Câmara.
Primeiro, dar índice construtivo a uma área de oito hectares, que é a área do
Grêmio, lá da Azenha, onde serão edificadas 19 torres de 72 metros de altura,
porque aquela área foi negociada com a Construtora OAS, que é uma contrapartida
do empreendimento, que é de 300, 400, ou 500 milhões, a Arena do Grêmio, o
Estádio Multiuso, que será um dos estádios mais modernos, acompanhando o que há
de mais moderno, hoje, na Europa e outros países do mundo.
Pois bem, é importante, Patrão Zeno, dizer que, no
Brasil - quem falou isso foi a Ministra Dilma e o Presidente Lula -, aos outros
Estados, o Governo Federal está aportando recursos para construir estádios; o
único Estado que não tem aporte de dinheiro público é o Rio Grande do Sul, e
nós utilizamos a Lei do Plano Diretor, sim, para dar essa “vitaminada” nos dois
clubes, porque achamos que um País que recebe uma Copa do Mundo tem que atrair
investimentos, e esses investimentos devem permanecer para os porto-alegrenses
e para os gaúchos. Então, eu não conheço nenhum cidadão do Rio Grande ou de
Porto Alegre que seja contra a Copa, pelo contrário.
Agora eu quero dizer ao senhor que o senhor terá,
lá na Câmara Municipal, 36 aliados, sabe por quê? Porque se há um lugar sagrado
para os gaúchos e gaúchas, esse lugar se chama CTG, que aliás não é tem apenas
no Rio Grande, tem CTGs espalhados pelo mundo inteiro. Eu quero dizer, meus
amigos, que é um dos lugares mais sadios que há para se conviver, para se
deixar um filho, para se deixar uma filha. Eu conheço o CTG Vaqueanos da
Tradição há muito tempo; é um CTG que tem muitos sócios, e hoje, talvez até em
função do jogo, não estão aqui. Agora, na política, tem que negociar. Eu acho
que não tem que haver intransigência nem da Prefeitura nem do Círculo Operário,
nem do Grêmio Foot-Ball, nem dos senhores. Esse é o papel que a Câmara
Municipal, junto com vocês, vai ajudar a construir, uma mesa de diálogo
permanente. Se tivermos que fazer, uma, duas, três, cinco reuniões, iremos
fazer, mas, com certeza, nós vamos chegar, lá no final, numa equação que
preserve os interesses do CTG e que também preserve os interesses da Cidade.
A construção, quero dizer aos senhores, do Viaduto
Leonel Brizola, Ver. Zacher, deu uma revitalização neste Bairro, que os
senhores nem imaginam. Os senhores não imaginam como foram valorizadas as construções
que vão sair aqui. A empresa Ferramentas Gerais vai montar aqui o seu maior
centro de distribuição para a América Latina. Então, quem é que não quer
desenvolvimento? Desenvolvimento traz segurança, traz educação, traz creche.
O Estádio Multiuso, está falando um colorado, vai
trazer para esta região atrações que nunca haveria aqui se não fosse o Estádio
Multiuso, porque o Estádio Multiuso não é para ser usado uma vez por mês. O
custo disso é muito alto. O Multiuso significa que você vai ter escritórios,
você vai ter hotel, você vai ter shows e uma inter-relação enorme com a
Cidade e com a Grande Porto Alegre.
Então, meu querido Patrão Zeno, eu vou me ausentar
em função do debate da Reforma Política que acontece na Câmara Municipal, que o
Ver. Adeli Sell ficou presidindo, e eu vou chegar para poder também
substituí-lo, mas quero dizer que a nossa Casa vai ficar aqui representada por
três extraordinários Vereadores, e quero dizer que o senhor não conte conosco
na palavra, mas que conte conosco na atitude. A nossa Casa tem mediado...
Ontem, terça-feira, nós estávamos lá no Cristal fazendo uma grande reunião,
mediando a construção de casas. Hoje estamos aqui, e sábado estaremos, durante
toda a tarde, lá nas Vilas Dique e Nazaré mediando uma das reuniões mais
importantes dos últimos tempos.
Então, eu quero desejar sucesso aos senhores, e
contem conosco.
Como é a regra da Audiência Pública? A regra da
Audiência Pública é a seguinte: estão abertas, aqui à esquerda, as inscrições,
até dez inscrições. Quem quiser se manifestar, tem três minutos para cada um. O
Patrão vai ter sua manifestação inicial, porque ele fez o Requerimento; depois,
os Vereadores vão intervindo, durante a Audiência, e os senhores já podem se
inscrever com aquela moça chamada Valeska, para fazer suas manifestações. Toda
essa questão está sendo registrada, e as nossas Taquigrafas estão aqui, e a
questão fará parte do documento que os senhores, depois, vão poder mandar para
várias autoridades. Está aberta a Reunião. Passo a presidência dos trabalhos ao
Ver. Nelcir Tessaro. Peço licença para me retirar. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Boa-noite a
todos. Vamos dar seguimento a esta Audiência Pública. As pessoas que quiserem
se manifestar, em número de dez, podem começar a fazer as inscrições aqui ao
lado.
Vamos ouvir, de imediato, a Patrão do CTG Vaqueanos
da Tradição, Sr. Adão Gulart, para suas manifestações - estamos vendo que estão
chegando diversas pessoas da comunidade -, e já alerto às pessoas que elas ainda
podem fazer suas inscrições até o número de dez participantes.
Está com a palavra o nosso Patrão, Sr. Adão Gulart.
O
SR. ADÃO ZENO DE LIMA GULART:
Em primeiro lugar, boa-noite a todos. Quero agradecer a presença da Câmara
Municipal de Porto Alegre, a presença das autoridades, o Presidente do MTG, que
muito nos honra, e agradecer todos os nossos associados, visitantes; o nosso
pessoal de Comunicações Social da 1ª Região; todo o nosso pessoal que atendeu o
nosso chamamento.
O CTG Vaqueanos da Tradição, da família Vaqueanos,
junto à Câmara Municipal, seguiremos de mãos dadas, juntos nessa luta, nesse
trabalho, porque o CTG é uma entidade que tem suas raízes aqui, sua
característica nesta comunidade, e a nossa luta é pela permanência aqui na
nossa comunidade. Então, um muito obrigado a todos por suas presenças.
A nossa casa está de parabéns, porque nosso pessoal
atendeu a nossa chamada. Se for preciso, estaremos sempre lado a lado,
trabalhando por uma mesma causa. Muito obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Patrão Adão. Convidamos o Ver. Airto Ferronato para fazer parte da Mesa, por
favor.
Como o Patrão Adão não usou todo seu tempo, eu
pergunto se há algum componente da Mesa que gostaria de fazer alguma
manifestação.
Concedemos a palavra ao Sr. Oscar Gress, Presidente
do Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG.
Parabéns aos Edis por entenderem e se engajarem,
neste momento, para defender esta causa. Patrão Zeno, que tem uma
responsabilidade de presidir este templo, um CTG que nós reconhecemos como um
templo. Também quero saudar o nosso amigo parceiro de longas datas não é,
Vinícius? -, peleando pela mesma causa.
Senhores e senhoras, é de suma importância nós nos
reunirmos, debatermos e defendermos, acima de tudo, um espaço para a tradição,
para este canto de Porto Alegre, por assim dizer, para este local, para esta
comunidade. E o CTG Vaqueanos da Tradição faz parte dessa história. Não é há
meia dúzia de dias que ele está radicado neste local. Então a sociedade de
Porto Alegre conhece este templo, e, em razão disso, meus Edis, é que nós
estamos hoje, aqui, engajados pelo mesmo motivo. Esta entidade precisa de um
espaço para cultuar a tradição, tradição essa, meus amigos, que hoje tem uma
grande responsabilidade no cenário do mundo. Reconhecidos somos por ser o maior
movimento organizado do mundo. Como dizia o Ministro Mangabeira, na sua estada
aqui no Rio Grande, e assim foi escrito na Zero Hora, que o Rio Grande do Sul
tem a única cultura do Brasil, cultura essa que nós cultuamos diuturnamente
neste templo; cultura essa que é ímpar no mundo porque é uma cultura familiar.
Se olharmos aqui, neste momento, neste ato, veremos pessoas de cabelo branco e
crianças de colo. É esse o movimento que o Rio Grande tem, a cultura que esse
Rio Grande tem e que nós defendemos tanto.
Então, meus amigos, cada um deve fazer a sua parte
para que esta entidade não desapareça do cenário e fique somente na lembrança e
na história. Eu tenho certeza de que a Câmara de Vereadores e a vontade do
Prefeito José Fogaça é a mesma nossa.
Patrão Zeno, fique tranquilo, porque, quando se vê
a sociedade que é representada por seus Edis irmanados pela mesma causa, com
certeza nós vamos ter o sucesso almejado. Muito obrigado a cada um que está
aqui, e continuo lutando pela mesma causa.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Sr.
Oscar Gress. Registramos a presença dos Vereadores Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte;
Francisco Dornelles, nosso Secretário Adjunto do Planejamento.
De imediato, passamos a palavra ao Sr. José Arnildo
Mello.
O SR. JOSÉ ARNILDO MELLO: Cumprimentando
a Presidência da Mesa, eu cumprimento as demais autoridades já nominadas; e
cumprimentando o Patrão da Casa, eu cumprimento todos os associados e
representantes da comunidade que nos visitam nesta noite.
Bem, a minha intenção, neste momento, é como
associado do CTG Vaqueanos da Tradição e também como parte das negociações que
se desenrolam a respeito do problema que surgiu com as novas tendências que se
instalarão aqui neste local, e não só a nova Arena do nosso glorioso Grêmio
Porto Alegrense, mas também a Rodovia do Parque, que, essa sim, vai chegar a
Porto Alegre, exatamente neste local onde estamos localizados.
Então, para que todos entendam como se desenrolaram, até o momento, as
negociações, eu vou fazer um breve relato para que todos saibam o
direcionamento a tomar.
Foi
assim: no dia 4/11/2008, houve uma reunião com a patronagem do CTG Vaqueanos da
Tradição e a diretoria da Federação dos Círculos Operários do Rio Grande do
Sul, onde estiveram presentes o Presidente, Sr. Renato Soethe, e o
representante jurídico, Sr. Vilson Olivotto. Nesse dia, fomos notificados,
extraoficialmente, de que deveríamos desocupar este local, porque as obras da
Rodovia do Parque se iniciariam a partir do mês de julho - e já estamos no mês
de julho. Até então, o CTG jamais foi incluído em nenhuma negociação ou
comunicado a respeito da intenção da Federação em negociar este imóvel, onde
estamos localizados, em regime de comodato. Esse comodato foi assinado no ano
de 1984, mais precisamente no dia 10 de agosto; portanto, estamos completando
25 anos e, pelo comodato, temos mais 25 anos ainda, com cláusula renovatória,
desde que o CTG esteja cumprindo os fins para os quais foi designado.
Seguiram-se outras reuniões nos dias 28 de janeiro de 2009, 12 de fevereiro de
2009 e 13 de março de 2009, sendo que, nesse intervalo, estávamos engajados em
localizar áreas onde o CTG pudesse ser reconstruído, e tudo com pressa, porque
teríamos pressa realmente.
Na
última reunião, em 13 de março, surgiu a informação de que havia um terreno na
Rua Dr. Caio Brandão de Mello, que serviria para o CTG, e que poderíamos
solicitar a cessão de uso junto à Prefeitura Municipal.
No
dia 30 de março, a Federação, adiantando-se ao CTG Vaqueanos, protocolou um
pedido junto à Prefeitura Municipal para aquele imóvel, que levou o número
015208, com a intenção de repassar esse imóvel ao CTG, novamente em regime de
comodato. Mas, no dia 6 de abril de 2009, o CTG entraria com um pedido também,
por meio da Secretaria de Planejamento Municipal, que ficou encarregada de nos
dar toda a atenção possível. Só que a Secretaria não homologou esse pedido, e
sim o anexou ao processo que já estava aberto em nome da Federação, entendendo
que assim o imóvel poderia ser cedido diretamente ao CTG. O processo já passou
pelos trâmites legais no âmbito da Prefeitura Municipal, e hoje está na
assessoria jurídica da Secretaria Municipal de Gestão para ser, talvez,
homologado pelo Prefeito Municipal.
Embora
o pedido realizado pela Federação seja de interesse do CTG Vaqueanos da
Tradição, o desfecho talvez não seja do interesse dos associados do CTG e
também desta comunidade, uma vez que, repassando o imóvel à Federação, mesmo
que nos seja cedido novamente em regime de comodato, não nos dá garantia de
que, daqui a alguns anos, não venhamos novamente “passar o chapéu” e procurar
um novo endereço, porque, a exemplo do que hoje está acontecendo, talvez esse
imóvel seja declarado de utilidade para outros fins, e novamente o CTG esteja a
procurar um outro local para se abrigar. Então, senhoras e senhores, eu quero
esclarecer que esta entidade tem uma história de 48 anos, foi o tempo que
levamos para construir este local, que foi construído com a doação pessoal dos
associados, e por isso não foi de uma hora para outra, e temos o exemplo do
nosso antigo e querido Patrão Loeli Jacob Spier, que comandou um verdadeiro
exército de homens, mulheres, crianças e todas as invernadas artísticas, todos
os associados para construir esta Sede, e não foi fácil, foi abaixo de muito
trabalho para que se pudesse chegar a bom termo e se construir este local.
E
de quanto tempo mais precisaríamos, então, para reconstruir uma sede igual a
esta, visto que esta levou 48 anos? Portanto somos quase cinquentenários. Além
disso, esta entidade presta serviços relevantes à comunidade, quer como
diversão e lazer, cultural e social, principalmente. Todos aqui sabem da
magnitude de uma entidade deste porte, quando cumpre os fins para os quais foi
criada. O CTG Vaqueanos das Tradição tem história; por isso entendemos que
merece o apoio, merece ser amparado pelos seus feitos, e a comunidade local não
pode perder mais este aparelho, a exemplo do que está acontecendo com o último
reduto esportivo que estamos perdendo aqui ao lado; com a Escola Estadual
Vergara, também nossa vizinha, aqui ao lado, e da própria Escola Técnica Santo
Inácio, da Federação, que está sendo transferida para outra comunidade. São
perdas grandes; por isso, prezados Edis, prezados Secretários Municipais e
representantes, Secretários de Estado e representantes aqui presentes, pedimos
maior atenção e sua real intervenção no sentido de se criar uma situação
favorável ao futuro do CTG Vaqueanos da Tradição e a esta respeitável
comunidade, que aqui está representada pelos seus líderes - e a comunidade é a
principal razão de nossa existência. Obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
Obrigado, José Arnildo. Nós ainda comunicamos à comunidade que as inscrições,
em número de dez, estão sendo feitas aqui na mesa ao lado. Nós queremos chamar
para sua manifestação o Sr. Copinaré Acosta, Líder Comunitário.
O
SR. COPINARÉ ACOSTA: Boa-noite,
Ver. Tessaro, presidindo a Mesa; Ver. Mauro Zacher, liderança conhecida na
região; Ver. Tarciso, membro da Comissão de Cultura; Ver. Ferronato e demais
Vereadores que não conheço, senhores membros da Mesa, senhoras e senhores. Eu
quero fazer um alerta aqui e lembrar ao pessoal para se inscrever. Um índio, lá
no início da colonização do Rio Grande, já dizia: “Alto lá, que esta terra
tem dono”. É ele, o Sepé Tiaraju. E hoje nós, aqui, à noite, vamos repetir:
alto lá, que o Rio Grande do Sul tem cultura, tem tradição e é do Rio Grande,
nós somos donos. E nós temos a missão de preservar a nossa tradição e a nossa
cultura. E ao ir para os “finalmentes”, fazendo o encaminhamento, Sr.
Presidente, nós, da comunidade, acostumados com o diálogo, propomos aos
Vereadores que haja um prazo para a reunião com o Sr. Prefeito. Nós queremos -
a comunidade - que o CTG vá para esse terreno apontado na igreja, e que o
comodato seja assinado, através do diálogo, diretamente com a Prefeitura.
Reconhecemos o trabalho da Federação dos Círculos,
a sua filantropia, o seu caráter construtivo, a sua longa história da
Federação, mas, gente, não são palavras efêmeras, não é um jogo de palavras; o
futuro, Tessaro, nós construímos hoje e, para construir e garantir o futuro do
tradicionalismo, só se a Prefeitura, como órgão público, como gestor da cultura
- está aí o Vinícius - só vocês, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, que
nos representam, podem ter a tutela e a garantia de proteger a cultura
tradicionalista, produzindo um instrumento de proteção, de preservação e de
estímulo, através do quê? Através do instrumento de comodato. É temerário o
tradicionalismo assinar um comodato com uma empresa privada que, amanhã ou
depois, daqui uns dez anos, tenha outros interesses e que venha, novamente,
pedir a retirada, a remoção do CTG, porque a empresa, lá naquela terra, tem
outras finalidades. E me parece que é um alto risco, e a responsabilidade é
nossa hoje! Queremos o diálogo, queremos um prazo, que a Câmara faça uma
mediação junto ao Prefeito, para que façamos uma reunião e, assim, garantir que
o CTG fique aqui, Mauro, que é o nosso Vereador aqui da região, permaneça aqui,
porque a cultura não se contrapõe ao esporte. Nós queremos, sim, Vereadores, queremos,
sim, comunidade, que o CTG Vaqueanos da Tradição esteja no aeroporto, aqui,
esperando as pessoas que vêm participar da Copa! Queremos o esporte e a cultura
representando a cidade de Porto Alegre! É isto que nós, cidadãos de Porto
Alegre, queremos: não só preservar a cultura, que é uma obrigação, mas que, ao
assinar comodato com a Prefeitura - e já temos histórico em outros equipamentos
culturais, o Vinícius está aí de prova -, que o CTG, Tessaro, se compromete a
fazer um trabalho e dar uma contrapartida para o Município com oficinas de
inclusão social, tendo a cultura tradicionalista como instrumento de inclusão
social. E aqui nós temos as Conselheiras Tutelares, que são parceiras nessa
política. E se há uma ou duas instituições, pessoal, responsáveis pela política
social, é a Prefeitura, é a Câmara de Vereadores e somos nós, tradicionalistas.
Senhores e senhoras, se o tradicionalismo tiver que sofrer o risco do destino da
extinção, que não seja por nossa omissão e irresponsabilidade. Que Deus seja louvado.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
Obrigado, Copinaré. Queremos registrar a presença do Sr. Sandro Luz,
representante da Secretaria Municipal de Governança, que já está aqui a Mesa.
Para
dar oportunidade a todos para se manifestarem, nós vamos ver se todos podem
respeitar os três minutos. Nós queremos, então, intercalar entre a comunidade e
os Vereadores, a partir de agora, para que fique um diálogo melhor. O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Boa-noite,
comunidade tradicionalista que se encontra presente aqui, hoje; caro
Presidente, caros colegas Vereadores Mauro Zacher, Tarciso, Ferronato, Dr.
Raul; nosso caro Patrão do CTG.
Aproveitando a fala do Copinaré, quero, primeiramente, me apresentar. Eu sou médico e trabalho muito na Região Sul da Cidade, na Restinga e no Extremo Sul, mas tenho uma identificação profunda com o movimento tradicionalista. Morei mais da metade da minha existência no interior do Estado, especificamente em Passo Fundo, onde aprendi a gostar e a cultuar as coisas do nosso Pago.
Quero
dizer que é fundamental o cultivo à tradição. Quero dizer que quem não conserva
a tradição e a cultura... Povo que não conserva a tradição e a cultura é fadado
à extinção. Povo que não conserva a tradição e a cultura acaba não tendo alma.
E quem não tem alma não é vivo.
Acho
que é fundamental, Copinaré, a partir da Câmara, a gente poder construir,
juntos, alternativas para isso; e, certamente, este é o início dessa caminhada,
e este fórum é primordial nessa situação.
Quando
eu cheguei aqui, conversava com o Dr. Raul - isso me lembra as frases de Jayme
Caetano Braun: “Sala grande, chão batido/onde passei minha infância/ querido
galpão de estância/ que foste um dia meu lar, /hoje aqui venho rezar/ saudoso dum
teu afago/catedral xucra do pago/de joelhos, no teu altar!/Na severa
austeridade/ do teu paterno aconchego/tive um berço de pelego/que deixei ao
Deus dará,/mas nas voltas que se dá/no canhadão da existência/sempre chorei tua
ausência/meu velho abrigo de piá”.
E
é este abrigo que temos que preservar e construir uma alternativa. Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Ver. Dr. Thiago. Nós registramos a presença de diversos líderes comunitários
que foram Delegados do Orçamento Participativo; isso engrandece a nossa reunião
de hoje.
Nós
vamos ouvir agora, representando a comunidade, o Sr. Paulo Roberto Guimarães,
Diretor de Comunicação Social da 1ª Região.
O
SR. PAULO ROBERTO GUIMARÃES: Boa-noite,
primeiramente à Mesa, representada pelo Ver. Tessaro; também saúdo todos os
Vereadores; o nosso Presidente do MTG; os representantes da cultura e esse povo
lindo que está aqui, hoje, firme nesta luta, principalmente as lideranças
comunitárias da região, porque, aqui, quem está pedindo alguma coisa não é o
CTG, são as lideranças, a comunidade que está aqui representada por vocês; por
isso a minha saudação especial a vocês! Vocês é que fazem as coisas acontecerem
aqui neste bairro, vocês é que solicitam, e os nossos Vereadores, ouvindo o
clamor de vocês, com certeza, irão criar as alternativas que melhor atendam aos
interesses da comunidade onde o CTG está sediado. Por isso, o meu abraço a
todas as lideranças.
Representando
as ideias da comunidade, nós dizemos que o CTG aceitará essa área que já foi
sugerida, gentilmente, através da Prefeitura Municipal, examinada pela
comunidade e pelos associados, de acordo com o que o CTG precisa. Mas a
comunidade tem a ideia de dizer a todos que aceitará esse terreno, esse local,
ou outro, desde que seja aqui nas imediações, desde que a permissão de uso seja
feita diretamente para o CTG. Não queremos que aconteça como já ocorreu com a
outra entidade coirmã, lá na Zona Sul, o CTG Estância da Figueira, que teve
também o mesmo grupo, Círculo Operário e agora a Federação, e também foi
despejado de sua sede, perdendo todas as suas benfeitorias.
Então,
a nossa comunidade aqui presente solicita aos Vereadores que façam essa
intermediação e solicitam também ao Poder Público, aqui representado, pois
soubemos que, esta semana, o processo da Federação estava na porta do Prefeito,
já pronto para ser aprovado. Mas eis que o Prefeito solicitou e perguntou para
os seus funcionários por que estava sendo cedido diretamente à Federação, e não
ao CTG. O Prefeito solicitou isso, meus senhores. Então, nós acreditamos que o
nosso Prefeito, com a sua sensibilidade cultural, comunitária e política,
saberá dar o encaminhamento correto, ou seja, uma solução definitiva, e não um
paliativo para, daqui a cinco ou seis anos, nós estarmos novamente de mala na
mão, como estamos, tendo que fazer outro galpão - e tirar dinheiro de onde,
meus senhores?
Então,
da mesma maneira que o Copinaré falou, solicitamos à Mesa um prazo para que
seja resolvida essa situação. Também outra coisa que eu gostaria de pedir à
comunidade é que aprovasse o nosso pedido, para que a Federação, que está
solicitando que o CTG saia daqui, custeie a transferência, a construção e as
instalações do galpão no outro local, porque o CTG não é empresa, não tem
lucro. A comunidade está pedindo que a Federação - gentilmente fazemos o pedido
- aceite custear as despesas com a transferência. Os nobres Edis aqui estão
vendo que essa é a vontade da comunidade. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Paulo Guimarães. Passamos a palavra ao Dr. Raul, intercalando a comunidade com
nossos Vereadores e cumprimentando todos que estão presentes aqui, nesta noite.
O
SR. DR. RAUL: Boa-noite
a todos, Vereadores, outras autoridades, lideranças comunitárias e tantos
amigos e amigas que estou vendo aqui, de muito tempo. Não é à toa que, quando
eu recebi o convite para estar aqui hoje - na realidade, os Vereadores são
convidados para as audiência públicas -, eu me senti convocado pelo tempo que,
como médico, trabalhei aqui na região, sempre procurando, da melhor maneira
possível, ajudar as pessoas; e, como Vereador, não poderia ser de outra
maneira. Acredito que, por mais de 15 anos, com certeza, por aqui estive, e,
sempre que possível, como Vereador, estou à disposição da comunidade para uma
série de demandas que me chegam.
Sinto-me
muito à vontade em estar aqui e feliz de poder estar num momento em que a
comunidade precisa realmente do apoio de um Vereador. Eu sei que vocês estão
num momento difícil, e nós estamos aqui para contribuir e fazer com que as
demandas realmente sejam atendidas. Só gostaria de desejar muita saúde e
tradicionalismo para vocês. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Ver. Dr. Raul. Chamamos a Srª Lorimar, inscrita pela comunidade.
A
SRA. LORIMAR ALMEIDA FIÚZA: Boa-noite
a todos, à Mesa e aos demais companheiros da nossa comunidade. Hoje, para nós,
é um momento que pode ser até decisivo nessa nossa caminhada. Nós moramos aqui,
e esta comunidade existe há quase 50 anos, neste local. Nós, moradores,
contribuímos para o crescimento deste local que hoje se encontra apto a grandes
projetos, como a Arena do Grêmio e o viaduto. Mas o que nos surpreendeu - nós,
moradores - foi a exclusão a que fomos submetidos. Aqui, nesta região, tudo vem
muito goela abaixo, como se nós fôssemos um nada. Nós participamos dessa
sociedade; a sociedade não está se aproximando de nós. Nós temos direito de
cultuar a nossa tradição, somos gaúchos e com orgulho, brasileiros, mas mais
gaúchos, com certeza, devido à força que o nosso povo tem e ao respeito que
temos pelas nossas raízes. É injusto o que está acontecendo conosco.
Vieram
aqui, num vendaval, e estão nos tomando tudo: educação, esporte, lazer,
cultura. Essa área era a área que mais favorecia as crianças, o trabalhador que
quer jogar, a criança, principalmente, que vai estudar. Tiram daqui como se
fosse um pacote, e nós aqui, indefesos devido à nossa classe social, com
certeza. Porque, em outros locais, qualquer modificação que haja nos seus
bairros ou cidade, existe a consulta popular, da qual nós nunca participamos –
é a sede que se destrói; só nos tiram. Não é justo que venha o progresso, mas
esmagando não é justo, excluindo principalmente. Nós confiamos nos senhores que
aqui buscam o voto em época de eleição. Nós somos fiéis, porque as nossas
urnas...(Palmas.) A nossa comunidade sai de casa para votar. Aqui não acontece
muito voto nulo, aqui temos responsabilidade. Nós não gostamos de ver só
manchetes de crimes. Não fizeram nenhuma notificação a respeito da retirada de
duas escolas e um CTG, que prestam trabalho à comunidade. É obrigação dos
senhores, porque nós confiamos nos senhores. E espero que a área que está sendo
colocada para o CTG... porque pode existir um impasse entre o Humaitá e nós...
Mas a cultura é educação, e os senhores, tenho certeza, vão ficar junto
conosco, ao nosso lado e, brevemente, resolverão o que está acontecendo. Muito
obrigada.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Dona Lorimar. Nós queremos passar, de imediato, a palavra ao Ver. Mauro Zacher.
O
SR. MAURO ZACHER: Dona
Lorimar, nós já estamos do lado, nós não vamos ficar, não, nós não estaríamos
hoje aqui se não estivéssemos ao lado dessa causa nobre. Mas eu quero fazer uma
saudação muito especial à família do CTG Vaqueanos da Tradição, à comunidade
aqui presente; uma saudação especial ao Patrão Adão Zeno; também ao Francisco
Lopes, que esteve lá no meu gabinete e nos relatou a sua preocupação; na
verdade a preocupação da comunidade, preocupação essa que nós encaminhamos à
Mesa Diretora, através do Presidente, do Ver. Tessaro, do Ver. Tarciso, que
prontamente acharam que era uma causa importante e que a Câmara não poderia
ficar ausente, tamanha a demora de respostas que a comunidade gostaria. Então,
esse é o motivo de nós estarmos aqui.
Eu
tenho sido um dos Vereadores que têm proposto, assim como todos, pois acho que
as audiências públicas são um momento importante que aproximam os Vereadores
das comunidades, porque elas fazem com que a gente possa dar espaço, ouvir e
ser escutado também para assuntos relevantes e pontuais de cada comunidade. Eu
quero falar aqui para os senhores que, há alguns meses, nós fizemos uma
audiência pública no bairro São Geraldo, no 4º Distrito, e discutimos um
assunto que não tinha a ver com a nossa prerrogativa fundamental, pois o
assunto era a falta de segurança naquele Bairro, mas nós achamos que era
importante realizá-la, assim fizemos, e já estamos recolhendo ótimos
resultados; não só a Brigada Militar começou a estar mais presente, mas também
o Delegado da 4ª Delegacia já começou a fazer autuações mais constantes na
comunidade; foi criado o Conselho Municipal de Segurança e estamos em um novo
processo de dar mais segurança à região.
Então,
daí a importância das audiências públicas, que permitem que a gente reúna a
comunidade, saia daqui com a proposição correta e leve aos órgãos competentes
as demandas e as nossas reivindicações. Então, eu tenho reforçado isso, porque
eu sei da importância e do papel que a Câmara tem e que pode realizar.
A
nossa região tem sido, de alguma maneira, privilegiada. Posso dizer isso,
porque nós estamos recebendo vários investimentos aqui na região.
O
Ver. Sebastião Melo relatou muito bem: nós tivemos o PIEC, grandes obras na
parte da habitação; nós tivemos o Viaduto Leonel Brizola; nós temos a
possibilidade da Rodovia do Parque; nós temos a Arena. Todo grande
empreendimento traz muitos benefícios, mas também traz problemas de conflito
com a comunidade, e é por isso que nós estamos aqui. Não é possível que um
grande empreendimento, que vem trazer desenvolvimento, trabalho, geração de
renda, investimentos para a região, vá acabar com aquilo que há de mais
cultural e de mais tradicional na região.
Então,
esta reunião tem um mérito fundamental não só pelo nosso compromisso com as
nossas raízes, com a nossa tradição, com o nosso vínculo emotivo com o
tradicionalismo gaúcho, mas, principalmente, com um dos instrumentos culturais
mais importantes da região, que é o CTG Vaqueiros da Tradição. E é por isso que
este Vereador, assim como todos os outros Vereadores, está junto para garantir
um espaço para vocês, não mais ligado - como dizia o nosso amigo que estava
aqui - a outra entidade, mas um espaço, agora, próprio do CTG. Contem com este
Vereador; nós estaremos à frente nesta batalha, e tenho certeza de que, desta
Audiência Pública, sairá um resultado não só mais rápido, mas um resultado
positivo para a comunidade. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Ver. Mauro Zacher. Apenas para comunicar que todas as inscrições já estão
encerradas, e nós autorizamos duas a mais do que o limite para a noite de hoje.
Agora, convidamos, de imediato, o Sr. José Francisco Lopes para fazer uso da
palavra.
O
SR. JOSÉ FRANCISCO LOPES: Cumprimento
primeiramente o Ver. Nelcir Tessaro, que ora preside estes trabalhos; o Patrão
da casa; os nobres Vereadores; o Presidente do MTG; o Coordenador da 1a
Região Tradicionalista, que congrega 11 Municípios, trabalhando também em prol
da cultura gaúcha, companheiro Cesar Tomazzini. E quero cumprimentar, muito
efusivamente, a minha comunidade. Eu digo minha, porque aqui moro há 30 e
poucos anos, mas eu adotei esta casa como minha, mesmo antes de morar aqui. Eu
morava ainda em Alvorada e escolhi o Vaqueanos da Tradição para ser a minha
casa.
Sr.
Presidente, o Vaqueanos da Tradição, ao longo dos 47, quase 48 anos de
existência, vem fazendo um trabalho cultural e artístico de suma importância
para a comunidade, eu diria que de maior importância de cunho social, não só do
conhecimento cultural artístico, mas de cunho social, porque a comunidade que
aqui chega, as crianças dos moradores do Bairro têm aqui o carinho e o
tratamento necessário para ser homens e mulheres de bem no futuro. Nós, as
administrações desta casa, nos encarregamos de ser pais adotivos dos filhos dos
nossos associados, e, mesmo que não seja associado, não precisa ser sócio do
Vaqueanos para fazer parte desta casa, basta que aqui chegue e peça abrigo, ou,
muitas vezes, nós mesmos nos oferecemos, para que ela seja aqui acolhida.
Sr.
Presidente, ao longo dos anos, o Vaqueanos da Tradição também ajudou o Poder
Público, vem ajudando, e o Vinícius é testemunha disso; cada vez que o Poder
Público solicita ajuda do Vaqueanos da Tradição, não importa o dia, o horário e
o tempo necessário, nós lá estaremos. Prova disso é que, há poucos meses,
quando aqui chegaram os representantes da FIFA para olhar os estádios que serão
construídos, me ligou o Secretário de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul e
disse: “Chicão, eu necessito de uma comitiva para receber os suíços no
Aeroporto, amanhã.” E nós não tínhamos atividade nenhuma. Eu disse: ”Pode
contar comigo; já está arrumada.” Liguei para o Patrão Zeno e para o meu
diretor artístico, o companheiro João, e disse que precisava de um grupo pilchado
para receber os suíços. E lá estávamos recebendo os suíços.
Isso
também é fazer social. Isso também é dar boas-vindas a quem chega. E nós, Sr.
Presidente, temos certeza de que contribuiremos bastante, se o Grande Arquiteto
do Universo assim o permitir, com esses grandes empreendimentos que terão que
acolher turistas, empresários e que poderão também usufruir a cultura gaúcha,
visitando a nossa Casa. Isso é de suma importância, homens que detêm o poder de
assinar as coisas neste Rio Grande, principalmente nesta Porto Alegre.
A
cultura gaúcha é de suma importância para o crescimento do Estado e, muito
mais, da nossa Capital, porque está carente, senhores. E o Vinícius sabe do que
estou falando: de apoio do Poder Público para a cultura gaúcha. Eu acompanho o tradicionalismo,
na sua parte administrativa, há trinta e poucos anos, e, muitas vezes, o Poder
Público destina verbas e locais para outras culturas que também são bem-vindas
aqui no Rio Grande - pois também são bem-vindas outras culturas aqui nesta terra
- e, muitas vezes, esquece de ajudar a sua própria cultura, que é a gaúcha, que
é da nossa terra, que é do nosso berço, que é da nossa formação de homens de
bem que somos.
Sr.
Presidente, tenho certeza de que, com a cumplicidade de vocês, desta comunidade
e do próprio Poder Público, nós resolveremos esta situação. Tenho certeza
absoluta, Srs. Vereadores e Sr. representante do Poder Público, de que nós
seremos sócios do Poder Público, da Prefeitura Municipal, da Câmara de
Vereadores para o desenvolvimento cultural desta região tão carente e tão
necessitada. E nós seremos também uma casa onde eles poderão se abrigar,
porque, muitas vezes, o poder aquisitivo é baixo, Sr. Presidente, e eles não
vão ter condições de entrar lá no shopping, não vão ter condições de ir
aos megaeventos que lá vão criar, mas vão ter condições de entrar no Vaqueanos
da Tradição, sem pagar nada, porque nós estaremos lá para recebê-los.
Portanto,
senhores sócios e amigos do Vaqueanos da Tradição, com a força que vocês têm,
tenho certeza de que nós teremos uma resposta positiva do Poder Legislativo e
do Poder Público. Que Deus me permita que, daqui a alguns dias mais, eu esteja
abraçando cada um de vocês na nova sede do Vaqueanos da Tradição. Muito
obrigado, e que Deus abençoe todos.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
José Francisco. Nós queremos agora passar a palavra ao Ver. Tarciso Flecha
Negra.
O
SR. TARCISO FLECHA NEGRA:
Boa-noite, Presidente Tessaro; caros colegas Vereadores; Patrão Adão, um abraço
ao Copinaré, uma boa-noite, de coração, para todos, senhoras e senhores!
Copinaré,
três meses atrás, eu estive aqui contigo numa reunião pequena. Eu olhava para o
semblante das pessoas e via as pessoas tristes dizendo: “Nós vamos embora,
porque o Grêmio está tirando”... Não é o Grêmio, não é a Copa do Mundo que está
tirando. A Copa do Mundo não pode tirar ninguém. A tradição de vocês é linda.
Eu posso falar aqui que tenho dois amores no Rio Grande do Sul: o Grêmio e essa
tradição maravilhosa, com toda a sinceridade. O Grêmio vai ter um representante
aqui, (Palmas.) porque eu andei 58 mil quilômetros com o Grêmio, no ano
passado, e sei que todas as festas do Consulado do Grêmio no Interior são
feitas dentro do CTG. Então, o Grêmio sabe da importância desta tradição.
Então, vai ter um representante do Grêmio na próxima reunião. Eu tenho certeza
de que o Grêmio vai dar o seu aval embaixo... porque é linda e maravilhosa...
Eu quero aqui, também, pedir desculpa por estar correndo; vocês podem ver que
eu estou meio... Daqui a pouquinho, a gente tem uma “batalha dos aflitos”. Acho
que muitos viram a “batalha dos aflitos”, e, daqui a pouco, nós temos essa
“batalha dos aflitos”, porque “até a pé nós iremos com o Grêmio onde o Grêmio
estiver”. Então, gente, muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Ver. Tarciso. Nós queremos chamar mais um líder comunitário para fazer uso da
palavra, Remo Mello.
O
SR. REMO ELIAS MELLO DA SILVEIRA: Boa-noite,
Ver. Tessaro, que hoje preside a Mesa! Desejando boa-noite ao Ver. Tessaro,
estou desejando boa-noite a todos os Vereadores presentes. Gostaria de dar um
boa-noite também ao Patrão Zeno e aos senhores e senhoras que hoje estão aqui
presentes nesta importante noite, em que é decidido nesta Audiência Pública o
futuro do nosso CTG, o Centro de Tradições Gaúchas da nossa Cidade, que se
encontra aqui na nossa região e que é um importante instrumento para as nossas
crianças, para os nossos jovens e para os nossos adultos, no que diz respeito à
questão cultural. Não é possível, pessoal, e é inadmissível que nós percamos
este importante espaço cultural na nossa região. Que bom que nós já temos um
espaço para sediar o nosso CTG, e os Vereadores que aqui se encontram já têm um
caminho, já têm uma solução, que foi apontada aqui. A primeira é que o Círculo
Operário faça o financiamento da mudança do CTG para o novo local. A segunda,
apresentada pelas pessoas que aqui fizeram uso da palavra, é que os Vereadores,
os nossos nobres representantes da cidade de Porto Alegre - até lembrando o colega
que falou, que citou o Ver. Zacher, da nossa região. Na verdade, não é o Ver. Zacher,
da nossa região, são os Vereadores da nossa Porto Alegre, representantes da
nossa Cidade, são todos os Vereadores representando a nossa Cidade. Então,
gostaríamos de contar com o apoio de todos e pedir a vocês, encarecidamente,
que entrem em contato com essa empresa que vai ceder o espaço para nós e que
façam um instrumento, um documento que permita, pelo maior tempo de uso, que o
nosso CTG se estabeleça neste local, e que não seja por um tempo provisório de
um, dois, cinco anos, para que, daqui a pouco, as nossas instituições, as
nossas comunidades, a família tradicionalista, de novo, tenha que vir a uma
nova Audiência Pública e solicitar, de novo, um novo local para o nosso CTG.
Assim como estamos perdendo a nossa escola aqui, a Oswaldo Vergara. Neste
momento, quero agradecer e pedir o apoio dos senhores para acompanhar também
essa importante perda que estamos tendo em nossa região, que é essa escola. Nós
não queremos simplesmente uma troca de alunos para outras escolas, com cessão
de quatro salas em outra escola, nós queremos, sim, uma nova escola. Se é para
destruir uma escola, que façam outra; se é para tirar um CTG, um centro
cultural daqui, que coloquem em outro lugar, mas um lugar permanente, um lugar
sério e que seja de responsabilidade de todos que estão aqui, dos Vereadores,
das comunidades da nossa região, porque é um importante espaço e um instrumento
para tirar nossas crianças que estão na rua, porque hoje, a cada dia que passa,
nós perdemos mais e mais crianças para as drogas, para a violência. Nós já
tínhamos perdido o posto policial aqui da Vila Farrapos. Agora, felizmente, nós
estamos tendo reforço de outras guarnições. Então, é muito importante que consigamos
manter esses centros esportivos, esses centros culturais, esses espaços sociais
que permitam que as nossas crianças cresçam e que a nossa sociedade se
desenvolva, senhores. Então, gostaria de desejar uma boa-noite a todos e, mais
uma vez, agradecer a presença de todos. Boa-noite. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Remo. Com a palavra o Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Senhoras e
senhores, quero trazer o nosso abraço ao Presidente da nossa Audiência, Ver.
Nelcir Tessaro, cumprimentar o Patrão Zeno, todos os Vereadores e Secretários
que se fazem presentes aqui na Mesa, ao Movimento Tradicionalista Gaúcho.
Permitam que eu traga também um abraço ao Zé Arnildo que, dentre todos os que
aqui estão, é aquela pessoa com quem eu tenho um relacionamento de amizade há
mais de 30 anos, e trazer um abraço a todos.
Tenho algumas relações bastante próximas com o
Movimento Tradicionalista Gaúcho. Em primeiro lugar, morei por muito tempo em
Soledade, que é um Município que cultua essa tradição. Estudei no Colégio Santo
Inácio. A minha esposa é daqui, fez parte deste CTG. Aqui neste CTG dançou,
fazia parte deste Movimento. Fizemos uma reunião, há uns três meses
aproximadamente, na Câmara
Municipal, e, digo aquilo que eu ouvi o Chicão dizer aqui: “O Poder Público faz
muito pouco pelo nosso Movimento Tradicionalista.” – concordo. A iniciativa
privada do Rio Grande do Sul também faz muito pouco, ou quase nada, e explico
por quê: eu sou, com muita honra, Presidente da Comissão de Economia, Finanças
e Orçamento da Câmara Municipal de Porto Alegre. A nossa Comissão se preocupa,
evidentemente, com a economia, as finanças e o orçamento da Cidade. Dentro
desses temas, acho que é interessante analisarmos que há um movimento mundial.
O mundo inteiro se preocupa com a questão do turismo, e é este o viés de que
quero falar aqui na noite de hoje: o turismo. O Rio Grande do Sul - e nós
somos, claro, a Capital do Estado do Rio Grande do Sul -, quando precisamos
pensar em economia, precisamos também pensar no turismo. Quais são os vetores
que podem agregar volume de turismo, turistas em Porto Alegre? Vou citar
alguns. Claro, Grêmio e Internacional - eu sou colorado, imaginem como eu ando!
Grêmio e Internacional, por quê? Dois campeões do mundo! Qual a cidade –
Europa, Ásia e África – que tem dois times campeões do mundo? Não tem! Se não
me falha a memória, Porto Alegre e outra. Porto Alegre tem uma marca
registrada: a grandeza do seu futebol. Porto Alegre tem outra questão que
merece uma análise toda especial, quando se fala de turismo, que é o rio
Guaíba, a orla do Guaíba. Todos nós sabemos das belezas dessa orla, mas temos,
sim, senhoras e senhores, um referencial único, um referencial único em todo o
mundo, e é por isso que a Comissão de Finanças e Orçamento também precisava
estar aqui na noite de hoje. O Movimento Tradicionalista Gaúcho é o único
movimento cultural do mundo, da história da humanidade que se faz presente nos
cinco continentes. Cabe uma reflexão. Em todos os continentes do mundo, está lá
um CTG, meu caro Patrão. O Movimento Tradicionalista Gaúcho está ali! E eu ouvi
alguém dizer aqui que esta é uma reivindicação não só do CTG, mas da comunidade
daqui. Também é, mas é muito mais, é uma reivindicação do povo gaúcho. Nós não
podemos pegar um CTG, a nossa referência cultural, e dizer: “Bom, agora vão
para onde der para ir, porque aqui não vai ter mais!” Aliás, se eu fosse – e
não sou, até lamentavelmente não sou – o dono da Arena do Grêmio, eu deixaria o
CTG dentro da Arena do Grêmio. (Palmas.) Eu assim entendo, e olhem que eu ando
militando em Porto Alegre há muitos anos! Será que vem algum time de futebol
jogar aqui no Grêmio, na Arena, e nós vamos ter que pegar táxi?
Eu
trabalhei, durante anos, no Ministério da Fazenda, e recebíamos pessoas do Brasil
inteiro. E pega-se táxi e leva-se a um CTG para almoçar, jantar, num encontro.
Será que aqueles que virão aqui terão que pegar um ônibus? Aqui é o local da
Arena do Grêmio, mas também aqui precisa ser a nossa luta para manter o CTG,
porque nós não estamos fazendo só pelo CGT, não estamos aqui defendendo os
interesses só da nossa comunidade aqui do 4º Distrito, em especial, aqui da
nossa região. Nós estamos defendendo o interesse de todo porto-alegrense,
estamos olhando para o futuro das nossas gerações atuais e das gerações que
virão. Por isso estou aqui, contem conosco, já tive a oportunidade de dizer que
defendemos esta causa por uma série de questões, mas defendemos esta causa,
porque o Movimento Tradicionalista Gaúcho é um referencial que pode trazer
recurso para Porto Alegre, que vai trazer recurso para Porto Alegre, que traz
recurso para Porto Alegre, e, com isso, nós estamos beneficiando o cidadão de
Porto Alegre, não só a comunidade local, mas toda a comunidade de Porto Alegre.
Obrigado e um abraço a todos. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Ver. Airto Ferronato. O Sr. Edgar Belisário da Silva está com a palavra.
O
SR. EDGAR BELISÁRIO DA SILVA: A
nossa saudação ao Exmo Vereador-Presidente desta Audiência Pública,
aos demais Vereadores, ao Presidente do MTG, o nosso Patrão; ao Coordenador da
1ª Região e aos demais Patrões que aqui se encontram, engajados na luta que
travamos. As entidades tradicionalistas, a meu juízo, foram alijadas, num
primeiro momento, de toda aquela negociação inicial da Copa. Nós vimos
reivindicações, fizeram as devidas alocações de escolas de samba, e eu sou
negrão! Eu não vi ninguém, eu não vi um meio de comunicação se levantar e
defender a entidade tradicionalista. Será que esse povo de Porto Alegre não
gosta de tradicionalismo? Será que os nossos dirigentes, quer sejam do Estado,
quer sejam da própria municipalidade, não gostam? Nós temos um palco de eventos
para samba, onde se gastou muito dinheiro, não foi pouco dinheiro, até hoje
está a ser construído. Agora, uma entidade como esta, que representa uma
comunidade carente que não tem nenhum outro local para que possa ter um
entretenimento, fica prestes a sair, terá que se deslocar. Num primeiro
momento, recebemos a proposta - e nós representamos a patronagem na condição de
assessor jurídico - para irmos para o Belém. Imaginem nós pegarmos essa
comunidade e levarmos para Belém! Isso é impossível, isso é uma afronta! E eu
não ouvi ninguém, ninguém mesmo ... Como o Ver. Tarciso falava aqui, há três
meses, esse cidadão se fez presente. Além de ter muitas outras virtudes, ele é
gremista! Então, o que acontece? Ele se engajou, assim como outros também se
engajaram, o nosso próprio irmão Márcio Bins também está engajado nesta
situação, de qualquer sorte que esta entidade aqui, talvez muitos de vocês
nunca tenham vindo a algum evento, mas ela congrega, por exemplo, os idosos, é
onde eles praticam ginástica, eles são recebidos por pessoas da patronagem,
pelas ex-Patroas – a Dona Dalva mesmo é uma pessoa encarregada de fazer todo
esse trabalho, que é um trabalho nobre. As crianças vêm para a Invernada Mirim,
são retiradas do mundo do crime, será que isso não tem valor? Será que as
pessoas que moram lá nos bairros mais nobres não poderiam ser afetadas por
estes que deixariam de ter um lugar para ser forjados como homens de bons
costumes, sendo assaltadas? Nós temos que pensar nisso. Ninguém fica livre
desse tipo de coisa. E sem considerar ainda que nós podemos debelar aqui o
ingresso no próprio tóxico, a criança, que é exatamente o alvo, a partir dos 12
anos.
Então,
meus senhores, nós estamos nesta luta e queremos contar com a sensibilidade dos
nobres Edis que aqui estão, assim como dos Secretários, especialmente da
Governança, para que verifiquem, efetivamente, o que, a meu juízo, não é tão
justo: que se possa barganhar, para alguém que daqui está saindo em troca de
rever cálculos, e esse alguém que iria receber esse imóvel ceda para nós,
novamente, como um comodato. Essa proposta é extremamente injusta, para dizer-se
pouco. Então, nós propugnamos para que esta área, na pior das hipóteses, seja
cedida pelo Poder Público, e que nós possamos fazer uso dela, inclusive, se
prestando a serviços que a própria municipalidade venha a querer na área
social. Era isso o que eu tinha a dizer, uma boa-noite a todos, e uma vitória
do Grêmio! (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
Muito obrigado, Dr. Edgar. Mas quero fazer apenas um parêntese, Dr. Edgar,
dizendo que as escolas de samba é só no Internacional que elas vão ter um local
próprio, porque não houve acordo de elas saírem daquele local. E, então, o
Internacional, ele vai construir espaço para as três escolas que lá hoje estão.
Mas eu entendo que, se o Inter já tem galpão lá, acho que o Grêmio tem que ter
o galpão dele aqui, não é? Isso aí!
Vamos
ouvir agora o nosso Secretário Adjunto da Secretaria de Planejamento, Francisco
Dornelles.
O
SR. FRANCISCO DORNELLES:
Gostaria de saudar o Ver. Tessaro, que preside este trabalho e, em nome dele, a
todos os outros Vereadores; ao Presidente do CTG, eu gostaria de pedir licença
para saudar o Paulo Guimarães, fazia horas que eu não o via, fico satisfeito em
vê-lo aqui; o Ronaldo Floriano, Presidente da Associação dos Moradores do
Humaitá e demais entidades interessadas neste tema. Venho como Adjunto, até
porque o titular, o Ver. Márcio Bins Ely, não se encontra, está na
Internacional Socialista, senão, com certeza, estaria aqui dando todo o apoio
para isso.
Eu
poderia falar muito sobre a importância do tradicionalismo, mas isso já foi
dito, e é desnecessário roubar tempo dos senhores nesse sentido. Agora, eu
gostaria de trazer aqui uma posição do Prefeito Municipal, expressada pela
convicção que ele tem no sentido de não fazer nenhum deslocamento de pessoas ou
entidades sem um consenso, sem uma harmonia. E eu relataria, sem que isso seja
uma posição oficial dele, que ontem, num relato de revisão do Centro de Porto
Alegre, ele chamava a atenção de que foram deslocados mais de mil camelôs que
estavam na área há 30 anos sem nenhum conflito. Isso tudo numa composição de um
acordo que fosse bom para a Cidade e para os camelôs. Então, com o apoio deste
número elevado de Vereadores que está aqui e mais essa convicção do Prefeito,
eu tenho a certeza de que não haverá o deslocamento do CTG sem que haja uma
harmonia e um consenso entre as partes, isso dentro desse princípio da
Prefeitura Municipal e do Prefeito. Obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
Obrigado, amigo Francisco Dornelles. Registro a presença do nosso Ver.
Bernardino Vendruscolo, a quem convidamos para fazer parte da Mesa. De
imediato, vamos passar a palavra ao Patrão do CGT Chimangos, Nairo Callegaro.
O
SR. NAIRO CALLEGARO: O
meu boa-noite à Mesa, em especial ao Presidente da Sessão, ao nosso Presidente
do MTG, e um carinho especial e as minhas considerações ao Patrão desta casa;
os meus respeitos aos tradicionalistas e aos membros e moradores desta
comunidade. Eu venho lá da Zona Norte, representando o CTG Chimangos, trazer o
nosso apoio, o nosso respeito, o nosso carinho a esta causa desta entidade. É
impossível que em um Estado ao qual a nossa cultura se identifica tão forte
aqui e fora dele seja preciso audiências desta forma para solucionar um
problema de uma entidade tradicionalista que reflete toda a nossa cultura, tudo
aquilo que nós vivenciamos e herdamos de nossos antepassados, de nossos pais,
de nossos avós.
O
Rio Grande precisa ser respeitado. Os órgãos públicos, os homens que
representam vocês da comunidade, que nos representam têm que ter esta
consciência e este respeito por uma entidade tradicionalista. Tem que haver o
reconhecimento de que é através de um Centro de Tradição Gaúcha que a nossa
cultura, que as nossas raízes são, de fato, entendidas de onde vêm,
compreendidas por que estão aqui, e para onde nós queremos ir no nosso futuro.
Espero
que a sensibilidade esteja com vocês, que a sensibilidade seja levada a quem de
direito possa, realmente, resolver este problema, e que não desamparem a
comunidade, não desamparem os tradicionalistas que aqui estão. Tomem cuidado,
porque nós, gaúchos, nós, rio-grandenses, temos esta responsabilidade de manter
sempre atuante e revelar a identidade sociocultural que tem o nosso Estado.
Senhores
do Poder Público, caros Vereadores, representantes do nosso povo, tenham essa
consciência, tenham esse respeito por todas essas pessoas, por essa comunidade,
por essa entidade e por nós, porque esta não é uma causa do CTG Vaqueanos da
Tradição, é uma causa também dos senhores, é nossa, dos rio-grandenses.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Nairo. De imediato, dando seguimento, quero convidar o Vinícius Brum,
Coordenador de Tradição e Folclore da Secretaria Municipal de Cultura a fazer
uso da palavra.
O
SR. VINÍCIUS BRUM: Boa-noite
a todos, boa-noite, Presidente desta Sessão, Ver. Tessaro; boa-noite Ver.
Ferronato, Ver. Zacher, meu amigo, Ver. Bernardino Vendruscolo; Patrão Zeno,
Presidente Gress, colegas do Poder Executivo, eu trago uma palavra da
Secretaria Municipal de Cultura, nós já tivemos oportunidade de estar juntos
algumas noites atrás aqui, neste mesmo local, já referida a reunião pelo Ver.
Tarciso, e quero dizer que a Secretaria de Cultura, através da sua Coordenação
específica que lida com o tema de Tradição e Folclore, tem procurado, dentro
das suas limitações, estar muito ombro a ombro com a comunidade
tradicionalista. Nós vimos trabalhando, principalmente, no Acampamento
Farroupilha, transformando aquele evento que nasceu de uma forma espontânea num
evento absolutamente referencial para cultura brasileira, um evento que eu não
tenho dúvida de que, nos próximos anos, vai ser referência do Rio Grande do Sul
no mundo inteiro, tamanha a organização e tamanho o potencial, seja turístico,
seja cultural, que a gente vem tentando implementar a cada ano. E isso se deve
muito, muito, muito mesmo a pessoas como o Chicão, como o Tomazini, como o
Cuca, como o Gress, como o Manoelito Savaris, que são próceres deste Movimento
e que têm trabalhado muito, muito junto com o Poder Público, e a gente atua
muito mais como catalizadores, como facilitadores de algumas coisas, porque,
realmente, os grandes atores desta cultura são as pessoas que frequentam
espaços como este. Então, eu venho aqui referendar novamente, hipotecar a nossa
solidariedade e dizer, Guimarães, que, se atendidas todas as prerrogativas
jurídicas e legais, a Secretaria de Cultura também é partidária de que o acordo
que seja feito com o Poder Público seja feito diretamente com o CTG, a não ser
que haja algum impedimento legal que a gente desconheça. Mas, podendo ser feito
do Poder Público diretamente com a entidade, a Secretaria é solidária a isso, e
vim trazer, então, essa solidariedade, o nosso abraço, boa-noite a todos e
dá-lhe Grêmio!
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Vinícius. Vamos dar seguimento, tem muita gente que vai ficar nervosa hoje à
noite, mas tudo bem! Nós queremos ouvir aqui, então, a Márcia Santos,
Representante do Conselho Tutelar.
A
SRA. MÁRCIA SANTOS: Eu
queria cumprimentar a Mesa, o Ver. Tessaro, que está presidindo esta Audiência Pública,
o Ver. Mauro Zacher, o Patrão do CTG, o Sr. Zeno; e cumprimentando-os
cumprimento toda a Mesa, e queria cumprimentar também a comunidade
tradicionalista. Eu queria dizer para vocês que o Conselho Tutelar é parceiro e
reconhece todo este trabalho que o CTG Vaqueanos da Tradição vem trazendo à
cultura das nossas crianças e dos nossos adolescentes. Queria
lembrar também que há a Escola Estadual Ensino Fundamental Oswaldo Vergara que,
para nós, é uma grande preocupação. A gente já não tem muitas vagas no nosso
Bairro, há crianças que saem daqui, adolescentes, para estudar em outras
escolas, e a gente vai perder uma escola. Gostaríamos que vocês lutassem para
que ela permanecesse dentro da Vila Farrapos. Em nome dos meus colegas, o
Conselho Tutelar está pronto para o que der e vier assim como todo mundo.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Márcia. Dando seguimento, queremos ouvir o nosso último Vereador, que não se
manifestou ainda, ele veio “chiru”, veio de gaudério para roubar a cena, nosso
Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Só porque eu
cheguei atrasado, vou falar cinco minutos. Mas eu pediria a todos, pediria ao
Gress, Presidente do MTG, que ouvisse aqui o que pretendo dizer a todos os
senhores e senhoras.
Presidente Gress, e a todos, por favor, para mim,
também, é de um sentimento profundo estarmos aqui hoje com esta reivindicação,
com esta bandeira. Não me surpreende, mas é com muito sentimento que se tenha
que vir fazer uma reunião para reivindicar algo que me parece que não
precisaria mais reivindicar. É surpreendente? É, mas quero dizer ao meu amigo
Vinícius, e também quero que vocês entendam, sou um Vereador da base do
Governo, aquilo que vou dizer aqui não é uma crítica ao Prefeito, nem tão pouco
ao Vinicius; é algo que está posto nesta Cidade e que nós, Presidente Gress,
precisamos mudar. Não sei como, não estou dizendo que se tenha que discutir
política partidária aqui dentro, não! Mas temos que fazer uma pesquisa - ouçam,
por favor -, nós estamos lá na Câmara de Vereadores com o Plano Plurianual, lá
há uma rubrica que destina verbas para o tradicionalismo, para o carnaval. Eu
quero que vocês saibam que foi destinado, está sendo destinado 19 milhões para
os próximos quatro anos de carnaval, e quatro milhões para o tradicionalismo,
um quinto! Não sou contra o carnaval, por favor! Quero que dêem 40 milhões para
o carnaval; agora, por favor, não discriminem aquilo que é só nosso, só nosso!
Agora, na Copa do Mundo, o que os visitantes irão fazer, o que eles irão
visitar, o que eles irão procurar conhecer no Rio Grande? O Porto Seco, o
carnaval, lá no sambódromo? Não.
Não podemos perder esta oportunidade. Meus queridos colegas Vereadores e todos
vocês, nós temos que tentar descobrir o que foi feito nesta Cidade que
conseguem destinar tamanha verba para outras culturas, para outras artes, para
outra demonstração de arte e que nós respeitamos, mas por que sempre
discriminam o tradicionalismo? O que fizeram de errado? Então, nós precisamos
começar a tomar consciência das coisas e, mais ainda, ver efetivamente como
cada um vota quando tem que votar, porque chega um momento em que nós temos que
tomar partido. Doa em quem doer. O discurso é bonito, a prática, depois, lá, é
outra coisa. Infelizmente, nós tradicionalistas, não somos unidos em termos
políticos. Eu não estou pregando isso. Agora, os outros vão lá “de bando” e
saem com a mala cheia de dinheiro! Um abraço.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Ver. Bernardino Vendruscolo. Senhoras e senhores, nós ouvimos onze
representantes da comunidade, nossos Vereadores, a Secretaria Municipal da
Cultura, a Secretaria Municipal de Planejamento. Nós queremos, agora, as
palavras finais do nosso requerente desta Audiência Pública, o Sr. Adão Zeno.
O
SR. ADÃO ZENO DE LIMA GULART: Ouvindo
atentamente todas as manifestações da própria comunidade, de todos que aqui se
encontram, do Coordenador desta Audiência Pública, que se encontra neste
momento, todos os Vereadores, nosso Presidente Gress, eu acho que nós saímos
daqui vitoriosos com alguma proposta concreta para o nosso destino, Vaqueano da
Tradição. Hoje, é o Vaqueano, amanhã poderá ser outro, qualquer outro. Eu acho
que só assim se consegue, se constrói e podemos chegar juntos com a comunidade,
com todos unidos, assim nós venceremos todas as barreiras. O meu muito obrigado
a todos e, mais uma vez, digo que o CTG é nosso, é de todos. Hoje, eu sou
Patrão, amanhã não serei. E toda a minha patronagem está de portas abertas para
o que precisarem. Já fizemos excelentes trabalhos. A Prefeitura de Porto
Alegre, há poucos dias atrás, foi fazer um trabalho na comunidade, chegaram e
me procuraram. Está lá o ofício, se podiam ficar hospedados lá, para fazer um
trabalho com a comunidade. Não tem problema, ficaram usando a cozinha do
Vaqueano, mexendo planilhas dentro do nosso galpão. O nosso galpão é assim e
acredito que nas outras unidades também seja assim. Nós temos todo o carinho e
respeito por tudo aquilo que somos. Obrigado a todos. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Bem,
senhoras e senhores, na minha manifestação também como Vereador, eu quero dizer que esse
pleito é justo. Não se pode tirar uma tradição de tantos anos. Aqui é uma casa,
onde a família reside, isto tem história, portanto tem que haver uma grande
discussão. E hoje aqui a Câmara Municipal de Porto Alegre se fez presente
justamente para cumprir o seu dever cívico de ouvir a comunidade, trazer os
Vereadores com suas manifestações e as partes aqui envolvidas. Aqui estiveram
presentes duas Secretarias. Nós entendemos que outras partes aqui hoje não se
fizeram presentes por vários outros motivos e por essa razão nós queremos
marcar na Câmara Municipal, no início de agosto, uma Audiência Pública, porque
durante o mês de julho o nosso plenário passará por uma reforma, então não
teremos a possibilidade de fazer audiências públicas. Portanto, no início de
agosto faremos uma grande Audiência Pública, mas que nessa Audiência seja
convidado o Denit, que é parte importante para se fazer presente; o Grêmio Foot
Ball Porto Alegrense que, afinal de contas, não se pode trazer empreendimentos
dessa magnitude para essa região sem uma contrapartida. É um compromisso, eu
acho que a contrapartida para a comunidade tem que vir. Nós queremos que a
comunidade esteja presente. Nós formularemos os convites para divulgar
amplamente na comunidade. Os Vereadores lá estarão e, principalmente, o
Executivo, porque o Executivo tem que tomar à frente desse pleito juntamente
com o Grêmio Foot Ball Porto Alegre e o Denit para buscarem uma solução. Não
pode, neste momento -, quando estão aqui famílias praticamente há 23 anos, e
este CTG há muito mais de 30 - as famílias agora não terem mais o seu local de
lazer. Nós entendemos que há responsabilidade. Se a outra área for próxima
daqui e, se for o entendimento que a comunidade aceite essa nova área, ela não
pode arcar com os custos. Tem que se fazer um bom contrato de comodato com o
Executivo para garantir a permanência dessa seção.
Então, quero agradecer a todos os presentes. De
minha parte, e em nome do nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo, quero
cumprimentar a todos, desejar uma noite boa para todos os gaúchos. Nós já
tivemos ontem o nosso empate, e torcemos para que o Grêmio também tenha um bom
empate nesta noite e assim podemos ser felizes, para os dois times! Obrigado.
Boa-noite!
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Audiência Pública às 20h35min.)
* * * * *